domingo, 6 de novembro de 2011

O processo de valor acrescentado

Quando queremos descrever o propósito de uma empresa, um dos objectivos mais simples e primários que nos podemos lembrar é que a empresa serve para criar valor. Este pode ser de vários tipos, como por exemplo o financeiro (lucro). É essencial que uma empresa de modo a ser bem sucedida e lucrativa, tenha um bom processo de valor acrescentado, ou seja, a empresa tem de ter um conjunto de actividades de controlo de qualidade que transformam inputs em outputs que sejam mais valiosos para os clientes internos e externos[3,7]. Em economia, a diferença entre o preço de venda e o custo de produção de um produto é o valor acrescentado por unidade, daí é retirado o lucro da empresa. Seguindo as boas práticas de gestão de empresas, é necessário o gestor delinear objectivos (cumprindo a visão e a missão da empresa) a atingir a longo, médio e curto prazo. Assim torna-se necessário para a empresa com vista a tingir esses objectivos, delinear e manter um eficiente processo de valor acrescentado, para a criação de riqueza. Este acrescento de valor irá ser distribuído pelos detentores do capital da empresa (o seu investimento na empresa), pelos seus trabalhadores (pelo seu trabalho), e a sociedade em geral pelos serviços que presta e pela procura pelo bem comum (solidariedade, entreajuda)[6,7].

Uma empresa é constituída por diversas actividades (primárias e de suporte) que no seu conjunto criam a chamada cadeia de valor. Este conceito foi introduzido por Michael Porter em 1985, segundo este autor, a cadeia de valor representa um conjunto de actividades desempenhadas por uma organização desde as relações com os fornecedores e ciclos de produção e de venda até à fase da distribuição final[5].

Existem 3 tipos de actividades da cadeia de valor, de acordo com a estratégia adoptada estas podem ser caracterizadas como:

  • Actividades estratégicas: são actividades críticas à empresa, que afectam o seu desempenho no mercado, e de modo a dar apoio e suporte a estas actividades a empresa tem de estar disposta a libertar todos os recursos disponíveis e necessários para o seu sucesso.
  • Actividades tácticas: estas actividades têm como principal característica o complemento e suporte das actividades estratégicas. Devem ser por isso asseguradas numa perspectiva de optimização da relação custo/benefício como actividades de apoio.
  • Actividades de base: são as actividades necessárias ao funcionamento da empresa, independentemente da sua estratégia, no entanto têm um impacto mínimo no desempenho da empresa ao nível competitivo. Por isso consoante o nível de qualidade entendido, estas devem ser asseguradas com o mínimo de custos para a empresa[5].

Ao “dissecarmos” a empresa pelas suas actividades notamos que ao analisar as actividades estratégicas, é possível termos uma ideia do comportamento dos custos, de modo a determinarmos o potencial de negócio optimizando o valor final que o produto representa para o cliente[5]. De modo à empresa ganhar vantagem competitiva em relação a potencial concorrentes é necessário esta se destacar pela qualidade e pelo custo final do produto, o que acresce valor ao produto. De notar, que embora a empresa seja primariamente “independente” nos seus objectivos (missão e visão), nunca nos podemos esquecer que existem parceiros indispensáveis na cadeia de valor da empresa estes são os fornecedores e os distribuidores. Esta relação deve ser fomentada, programada e mantida a longo prazo, de modo a que estes parceiros cresçam e consigam dar resposta às necessidades da empresa, gerando assim valor e qualidade ao produto. A vantagem competitiva é uma importantíssima parte do processo de valor acrescentado, e isso parte de uma boa relação (fornecedores - empresa - distribuidores).[7]

Figura. 1 O processo de valor acrescentado numa empresa [2]

Da mesma maneira que existem actividades que directa e indirectamente acrescentam valor ao produto, outras não, por exemplo, actividades como inspecções, recriação, testes, transferências, verificações de inventário, movimentação de produtos para não venda a clientes, ou seja qualquer actividade que não melhore a forma, o ajuste, ou função do produto na primeira passagem através do processo não contribui para o acrescento de valor do produto[1].

É necessário por isso delinear um processo de determinação das actividades que acrescentam valor ao produto. Ao olhar para o valor de um produto ou serviço, o objectivo é ter o valor do produto final ou serviço exceder o custo de produção do produto ou prestação do serviço. O custo do produto ou serviço inclui todos os recursos utilizados para produzi-lo (por exemplo, matérias-primas, mão de obra, armazenamento, transporte e despesas gerais)[1,4].

É por isso necessário examinar cada actividade dentro do processo e determinar a avaliação do valor agregado da actividade. O valor agregado por uma actividade, no sentido contabilístico, é simplesmente:


(Valor do produto após a actividade) - (Valor do produto antes da actividade).

O valor acrescentado por uma actividade deve ser um valor positivo caso contrário a empresa tem prejuízo. Idealmente, o valor adicionado pela actividade é igual ou maior do que os custos incorridos durante a actividade[1].

Valor do ponto de vista do cliente é independente do custo para produzir o produto ou prestar o serviço. Em qualquer situação as expectativas dos clientes em relação ao produto são um factor de enorme importância, e é um factor decisivo para o processo de acrescento de valor, visto que a empresa não consegue sobreviver sem clientes.
Ao olhar para as actividades em um processo, é preciso determinar se a actividade é eficaz e eficiente. Devemos também determinar se a actividade pode ser melhorada para proporcionar um melhor produto ou serviço para o cliente, olhando para os indicadores de eficiência da actividade. Grandes variações na eficiência (custo/tempo) da actividade podem indicar problemas e consoante a sua importância (estratégica, tácticas e de base) é necessário agir em conformidade para não comprometimento da cadeia de valor e do processo de acrescento de valor. É por isso necessário analisar o custo e os tempos totais da actividade e de determinar o valor adicionado pela actividade versus o custo da actividade de modo a conseguir identificar a sua importância e papel no processo de valor acrescentado[1,4].

1. http://it.toolbox.com/blogs/enterprise-solutions/determining-the-valueadded-activities-of-a-process-20700, data de acesso 04/11/2011

2. http://careerdevelopmentplan.net/wt_chapter9_c_the_economic_value_add_link-485, data de acesso 04/11/2011

3. http://www.businessdictionary.com/definition/value-adding-process.html, data de acesso 05/11/2011

4. http://www.moresteam.com/toolbox/t421.cfm, data de acesso 05/11/2011

5. http://pt.wikipedia.org/wiki/Cadeia_de_valor#Ver_tamb.C3.A9m, data de acesso 05/11/2011

6. http://en.wikipedia.org/wiki/Value_added, data de acesso 04/11/2011

7. Professor Duarte Trigeiros, Mestrado em Sistemas de Apoio à Decisão, “SIAD_parte_1_folhas”

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